Tenho na boca
Proibido desejei os lábios de cetim…
Renegado pela consciência da mentira
Destruída do incorpóreo ser, e assim
Tudo no ouro arde quando o vento vira…
Refugiada na reluzente miragem,
Soprava, no cântico dos vencidos,
A tua cianogénica imagem,
Pelos anseios em mim definidos.
Debaixo do teu infame olhar
Escondeu-se do rosto o engano.
No virgem proscénio, o gosto humano
De quem me queria amar
Mas, no corte abissal da minha boca
Jorrava do sangue a chama louca
Que algo mais que a saliva fizeram ter:
- Em ti, o desejo e trono do prazer!
poema da obra: Ilhéu Revolto