Os amigos do Gaspar
Da capela ao botequim
Vai pelas ruas a procissão
Ladra o gato, mia o cão
Lento espectro vai sem fim
O finório embriagado vai à frente,
Rezando em latim a oração.
Atrás o padre penitente,
Recebendo a extrema-unção.
Segue o préstito da capela ao botequim
Serve-se no copo o bagaço e o vinho
Ó meu deus vai vir tudo no pasquim!
Algazarra com o padre embriagado
E acaba com o bêbado admirado
Ó meu deus está tudo trocado!
poema da obra: Ilhéu revolto
sábado, 28 de novembro de 2015
Os amigos do Gaspar
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domingo, 15 de novembro de 2015
A guerra
A guerra
Um pequeno lapso do ego
Torna o homem cego.
De cabeça lança-se na guerra
E derruba o irmão sobre a terra.
Infligindo a faca que penetra no corpo
Dilacerando a persuasão da vida.
Dispara o tiro trespassando a vontade tida,
Do cadáver que hoje está morto.
Beligerante batalha do infecundo
Mundo macabro e moribundo
É horrorizada, herança humanizada:
- É o vivo que a terra alimenta!
- É o morto que a orbe come!
…E tudo isto o atormenta!
Um pequeno lapso do ego
Torna o homem cego.
De cabeça lança-se na guerra
E derruba o irmão sobre a terra.
Infligindo a faca que penetra no corpo
Dilacerando a persuasão da vida.
Dispara o tiro trespassando a vontade tida,
Do cadáver que hoje está morto.
Beligerante batalha do infecundo
Mundo macabro e moribundo
É horrorizada, herança humanizada:
- É o vivo que a terra alimenta!
- É o morto que a orbe come!
…E tudo isto o atormenta!
poema da obra: Ilhéu revolto
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domingo, 1 de novembro de 2015
Fluido cadavérico
Fluido cadavérico
Crosta de terra seca que o sol marcou,
Sobre as margens do rio extinto.
São rugas do velho que se evaporou,
No sopro do árido vento que sinto.
Depositado no cofre fechado,
Pousado no leito estéril do rio
De choro cadavérico jamais amado.
É tudo o que resta do invocatório!
Eram anseios d’outra hora família
Que na moribunda consciência sofrida
Ao pobre homem tudo o confundia
Agora, só pedaços de melodias desfeitas
Das memórias que nas lágrimas lhe corriam
Que antes de ao mar longínquo chegar, morriam.
Crosta de terra seca que o sol marcou,
Sobre as margens do rio extinto.
São rugas do velho que se evaporou,
No sopro do árido vento que sinto.
Depositado no cofre fechado,
Pousado no leito estéril do rio
De choro cadavérico jamais amado.
É tudo o que resta do invocatório!
Eram anseios d’outra hora família
Que na moribunda consciência sofrida
Ao pobre homem tudo o confundia
Agora, só pedaços de melodias desfeitas
Das memórias que nas lágrimas lhe corriam
Que antes de ao mar longínquo chegar, morriam.
poema da obra: Ilhéu revolto
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