Chopin- Noturno em Mi-bemol maior, Opus 9, N. 2
(instinto de sobrevivência)
Ao toque melífluo do relógio cavernoso
Que mais pareciam os gritos em tom jocoso
Das almas desconjuradas pelo inferno
Despenhava-se para o real hodierno
Anunciava-se a estridente hora do noturno
Protetora do pecado sinuosamente perpetrado
No corpo vertiginosamente soturno
Avesso ao querer do ser etéreo castrado
Acordava assim, imovelmente desamparado
Para o cheiro fétido do tenebroso teratismo
Que de olhos negros sobre o corpo debruçado
Ia devorando a alma do ilhéu pró abismo
Na última centelha prateada de luz
Que daquele cântico ilhéu se escapava
Inspirou-se no instinto visto na cruz
E assim, o tubarão com óculos, ele matava!
Poema da obra: Ilhéu Revolto