domingo, 12 de julho de 2015

Grego de Tessália

     Grego de Tessália


Harpias decaídas com o desejo na boca.
Asquerosos seres que escarram a vontade louca,
Da acrimónia e parcimónia entre o sal e o suado, 
Quando comem a carne crua de cavalo cansado.

Antes julgadas estátuas de ouro e esfinges de marfim. 
Hoje d’escárnios silfos dum putrefacto cheiro outonal, 
Com leprosos desejos regurgitados na bandeja do serviçal,
Devorando demoniacamente o decrépito desdém pelo delfim.

Ó Ser subserviente, que empunhas o punhal, 
Que rasga a carne sangrenta em ferida viva.
Que serves sem saberes a quanto o seu mal.

Esquece a pírrica vitória sobre as Simplégades,
Com argúcia foge aos vulcões de lava e suas manhas
Pára!…E alimenta-te tu das próprias entranhas…


poema da obra: Ilhéu revolto

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