quarta-feira, 20 de abril de 2016

Chopin- Noturno em Mi-bemol maior, Opus 9, N. 2 (instinto de sobrevivência)

Chopin- Noturno em Mi-bemol maior, Opus 9, N. 2
(instinto de sobrevivência)

Ao toque melífluo do relógio cavernoso
Que mais pareciam os gritos em tom jocoso
Das almas desconjuradas pelo inferno
Despenhava-se para o real hodierno

Anunciava-se a estridente hora do noturno
Protetora do pecado sinuosamente perpetrado
No corpo vertiginosamente soturno
Avesso ao querer do ser etéreo castrado

Acordava assim, imovelmente desamparado
Para o cheiro fétido do tenebroso teratismo
Que de olhos negros sobre o corpo debruçado
Ia devorando a alma do ilhéu pró abismo

Na última centelha prateada de luz
Que daquele cântico ilhéu se escapava
Inspirou-se no instinto visto na cruz
E assim, o tubarão com óculos, ele matava!

Poema da obra: Ilhéu Revolto

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