Na travessa do mau tempo
Entre o meio e o inteiro
Desalmado, sopra o vento
Às soleiras, que é verdadeiro
Na travessa tão pequena
Bate a chuva de açucena
Molha o pingo na janela
E as pedras da ruela
Na travessa onde me sento
Levo às casas o meu tento
De um lado estão os pares
Do outro os ímpares
Na travessa sem princípio e nem fim
Dança o vento e a chuva sobre mim
Tão vocal é o delírio deste ver
E pergunto em que porta irei bater?
poema da obra: Ilhéu revolto
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