domingo, 1 de novembro de 2015

Fluido cadavérico

     Fluido cadavérico


Crosta de terra seca que o sol marcou,
Sobre as margens do rio extinto.
São rugas do velho que se evaporou,
No sopro do árido vento que sinto.

Depositado no cofre fechado,
Pousado no leito estéril do rio
De choro cadavérico jamais amado.
É tudo o que resta do invocatório!

Eram anseios d’outra hora família
Que na moribunda consciência sofrida
Ao pobre homem tudo o confundia

Agora, só pedaços de melodias desfeitas
Das memórias que nas lágrimas lhe corriam
Que antes de ao mar longínquo chegar, morriam.


poema da obra: Ilhéu revolto

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