segunda-feira, 31 de agosto de 2015

In Faial 1998

     In Faial 1998


Naquela noite espreitava uma penumbra
no eco dos olhares indiferentes,
dos que hoje já não estão presentes
e dela já nada mais se vislumbra.

Foi treva de cão aquela noite,
que ao passo da sombra do luar,
fez o diabo ceifar com a sua foice
os sonhos num incrédulo murmurar.

Rasgou a terra com o seu tridente.
levantando os demónios desconjurados,
que assombraram todas as almas inocentes,
enquanto os anjos sangravam pelos derrotados.

Por entre as chamas, veio ter comigo à cama.
Por um braço segurava-me o arcanjo,
pelo outro, o profano de quem me ama.
Abadom insinuava o pecado do beijo

Na casa cansada, se extinguiu
Uma família de pedra que se esmoronou
Talvez nímio, talvez parco! E fica pouco,
é certo, do que nunca existiu.


poema da obra: Ilhéu revolto

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